A TPB compromete tanto a produção de leite quanto a de carne, resultando em perda rápida de peso, aumentando a taxa de mortalidade, um duro golpe para o produtor
A Tristeza Parasitária Bovina (TPB), também conhecida como pindura, boca branca ou mal triste, é um complexo de doenças parasitárias das mais frequentes na pecuária brasileira. Causada principalmente por protozoários da espécie Babesia bovis e Babesia bigemina, provocando a Babesiose, e pela rickettsia Anaplasma marginale, que provoca a Anaplasmose, essa patologia se desenvolve nas hemácias dos bovinos, levando à ruptura dessas células e resultando em anemia. São transmitidas por via transovariana, pelo carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus, porém a anaplasmose pode ser transmitida também por insetos como moscas e mosquitos hematófagos.
Estas são enfermidades de alta morbidade e mortalidade que provocam grandes perdas para o produtor devido aos custos de tratamento, a redução da produção e infertilidade temporária de fêmeas e machos. Acometem principalmente animais adultos, pois os jovens costumam ser mais resistentes. Os animais de raças europeias e os de cruzamento industrial são os mais suscetíveis.
O animal quando acometido pela TPB, apresentará sinais clínicos como anorexia, mucosas esbranquiçadas, pelos arrepiados, taquicardia, taquipnéia, redução dos movimentos ruminais, anemia, prostração, redução da lactação, icterícia (comum na anaplasmose), postura com a cabeça baixa, dentre outros. Nos casos de infecção por Babesia bovis, o animal também poderá apresentar sinais nervosos, como descoordenação motora, andar cambaleante, movimentos de pedalagem e agressividade. Por isso o pecuarista deve estar atento para a sinais como febre elevada, perda de apetite, anemia e fraqueza.
Uma parte significativa dos bovinos infectados pode apresentar complicações como aborto, redução na produção de leite e perda de peso decorrente da anemia e da fraqueza generalizada. Esses fatores resultam em uma menor conversão alimentar, o que agrava ainda mais a queda na produtividade. Estudos indicam que a TPB pode diminuir a produção de leite em até 30% e a de carne em até 15%. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 75% dos animais estão expostos aos agentes da TPB antes de completarem nove meses de idade.
O impacto dessa doença na atividade pecuária é significativo. Num rebanho sofrendo de febre alta, os animais mal conseguem levantar a cabeça. Isso compromete tanto a produção de leite quanto a de carne, resultando em perda rápida de peso. A taxa de mortalidade também pode aumentar, representando um duro golpe para a economia do produtor.
Para minimizar as perdas decorrentes da Tristeza Parasitária Bovina, é crucial a adoção de estratégias de manejo eficazes. O controle rigoroso de carrapatos e moscas é fundamental. É necessário utilizar carrapaticidas e mosquicidas de qualidade, além de implementar práticas que reduzam a infestação, como a rotação de pastagens e a higiene intensiva nos locais de alojamento dos animais.
Para o combate à TPB e a outras doenças transmitidas por carrapatos e insetos, procure a orientação de um Médico Veterinário para recomendar o tratamento adequado a base de dipropionato de imidocarb, estabelecendo as doses adequadas distintas para a babesiose e a anaplasmose. Existem no mercado soluções práticas e eficazes para os pecuaristas no tratamento da babesiose causada por Babesia bovis e Babesia bigemina, bem como da anaplasmose provocada por Anaplasma marginale. Esse uso de medicamentos deverá ser sempre sob orientação veterinária. Esses medicamentos ajudam a controlar essas infecções e a mitigar os impactos negativos na produtividade e na saúde dos animais. O diagnóstico é feito através da anamnese e sinais clínicos, mas o confirmatório deve ser feito com base em exames laboratoriais (esfregaço sanguíneo) ou necropsia.
Faça do download do trabalho “Tristeza Parasitária Bovina – Medidas de controle atuais”, de Lenita Ramires dos Santos, Emanuelle Baldo Gaspar, Magda Vieira Benavides e Gustavo Trentin, CLICANDO AQUI.