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Vespas podem dizimar populações inteiras de abelhas

Vespas gigantes asiáticas (Vespa mandarina) preparando-se para atacar enxame de abelhas melíferas (Apis mellifera)

O aparecimento de vespas mandarinas nos Estados Unidos é visto com preocupação por pesquisadores brasileiros

Também conhecida como “vespa assassina” ou vespa gigante asiática, a mandarina (Vespa mandarina) é a maior vespa do mundo. Nativa do leste asiático temperado e tropical, sul da Ásia, sudeste da Ásia continental e partes do Extremo Oriente russo, são insetos com mais de 5,0 cm de comprimento, com envergadura de cerca de 7,5 cm, e um ferrão de 6,0 mm. Elas liberam uma toxina tão forte que pode causar a morte de uma pessoa que tiver levado várias picadas, mesmo que a pessoa não seja alérgica.

Sua picada é descrita como extremamente dolorosa e o ferrão é tão longo que pode penetrar até mesmo o traje de proteção usado por apicultores. Mas elas só atacam humanos caso sejam provocadas ou se sintam ameaçadas.

O risco para a apicultura

Mas a maior preocupação está no fato de que elas são capazes de dizimar uma colmeia de abelhas em poucas horas.

Para se ter uma ideia, 30 vespas podem dizimar uma colmeia inteira em questão de horas. Se chegarem por aqui, essas vespas poderão fazer um grande estrago, visto que as abelhas silvestres, originalmente brasileiras, não possuem mecanismos de defesa contra este predador.

Cada uma delas pode matar cerca de 40 abelhas, rapidamente. O enxame se posiciona na entrada da colmeia e decapitam as abelhas que vão entrando. Depois de dizimar a colmeia inteira é que elas entram para pegar o alimento.

Já tivemos um episódio deste tipo, na França, quando uma invasão de uma vespa menor, mas bem agressiva, entrou no país por meio de produtos comprados da China, em 2004, e, hoje, ainda circula pela Europa inteira, prejudicando significativamente alguns apiários. 

Contra-ataque

A Embrapa já entrou em contato com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para evitar que essa vespa chegue ao país. A Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), que é vinculado ao Ministério da Agricultura, é o órgão responsável por fazer o controle e a fiscalização de interesse da agropecuária. Essa vigilância ocorre em portos, aeroportos, postos de fronteira e aduanas especiais em todo o território nacional, e funciona como uma barreira para a entrada de pragas e agentes exóticos no país. Ainda não há nenhum relato da ocorrência da vespa no Brasil.

Como se defender

A Embrapa está dando suporte técnico ao Mapa no desenvolvimento de estratégias de prevenção e detecção do aparecimento da vespa. Nesse momento, o que os produtores devem fazer é ficar alertas.

Então, inspecione regularmente suas colmeias e notifique imediatamente ao Vigiagro as ocorrências suspeitas. Ao movimentar as colmeias procure sinais de ataque ou incomum.

Clima deve ser uma barreira natural

Por sorte, as mandarinas se desenvolvem melhor em lugares de clima temperado, com invernos severos, então o clima deve ser um fator limitante para esse inseto chegar ao Brasil. Pesquisadores acreditam que dificilmente teremos um impacto imediato na América do Sul. 

Nos países onde as vespas estão instaladas, apicultores tentam erradicar os ninhos de vespas próximos ou criar métodos paliativos, como proteção nas colmeias, para dificultar a entrada e amenizar as perdas. A verdade é que a apicultura brasileira nunca teve que lidar com um problema como esse e, caso isto venha acontecer, podemos ter uma grande diminuição da população de abelhas. Temos que ficar atentos. 

Esperamos que este problema não seja subestimado como foi a pandemia do coronavírus e os apicultores estejam preparados para lidar com esta praga de forma competente e eficiente, como é prática do nosso agronegócio, um dos mais inovadores do mundo!

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