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29 de junho – Dia do Pescador

Pescador consertando rede

A vida de pescador é que nem maré. Tem a cheia, mas, sem dúvida, a maré baixa vai chegar.

Reconhecidos como grandes mentirosos, os pescadores brasileiros vivem à mercê das marés e correntezas. Com suas incertezas, mas com esperanças de uma rede cheia ao entardecer. Acontece que, muitas vezes, a rede vem cheia de latinhas, garrafas, mais do que peixe. E aí, com toda a sua sabedoria, o pescador simplesmente fala “que culpa tenho eu, se o peixe grande escapou”!

E assim, ele vai levando a vida. Sabendo quando é a vez do mar, conformado e aceitando as ondas até a calmaria voltar!

Mas as coisas têm apontado tendências positivas para o setor. A cadeia da produção de peixes cultivados no Brasil atingiu 802.930 toneladas, em 2020, com receita de cerca de R$ 8 bilhões.

A piscicultura gera cerca de 1 milhão de empregos diretos e indiretos!

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de tilápia, espécie que representa 60% da produção do país. Os peixes nativos, liderados pelo tambaqui, participam com 35% e outras espécies com 5%. Nos últimos seis anos, a produção de peixes de cultivo saltou 38,7% no país: de 578.800t (2014) a 802.930t (2020).

Mas será que este crescimento reflete a realidade do pequeno e médio pescador? Do pescador de subsistência? Do pescador artesanal? De que vale ser um grande pescador se não tem peixe no rio! A poluição nos rios e mares têm devastado diversas comunidades pesqueiras por todo país.

O pescador artesanal “leva em sua rede” tradições seculares caiçaras da pesca, costumes, músicas (ciranda e fandango) e gastronomia que estão em extinção! Uma cultura maravilhosa, simples e tão natural que deveria ser adotada por toda a população. Uma cultura de solidariedade, de compartilhamento, de alegria e respeito aos próximos e à natureza.

As ações políticas ainda favorecem os grandes produtores. Como em tudo neste país! Um governo realmente comprometido com o bem-estar de todos deve estar disposto a ser um bom pescador e, além disso, ensinar o seu povo a pescar! E deve dar todas as condições para isso!

Mas sejamos tão otimistas, tão esperançosos quanto cada pescador artesanal que pega sua rede, lança seu barco ao mar e que, ao não conhecer somente as águas tranquilas, continua sua “pesca” por dias melhores.

Eles são exemplos para todos os cidadãos brasileiros. E partem para luta diária com a certeza de que é mais valioso um dia ruim de pesca, que um dia bom de trabalho.

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