O que representa na prática o novo estudo?
Na prática, o novo estudo mostra que as estrobilurinas não estão mais sendo eficazes no controle da mancha marrom de Alternaria em todo o Estado de São Paulo, e que elas não devem mais ser incluídas nas recomendações de manejo químico da doença em pomares paulistas de tangerinas e tangores.
A mancha marrom de Alternaria afeta a cosmética dos frutos, reduzindo seu valor comercial quando destinados ao mercado de fruta fresca. Provoca também a queda prematura de frutos, reduzindo a produtividade das plantas. Quando a infecção ocorre em frutos na fase final de desenvolvimento, uma única lesão pode provocar sua queda prematura. O produtor pode ter uma safra praticamente pronta, com expectativa de ter alta lucratividade na comercialização dos frutos do seu pomar, mas se a doença ocorrer na pré-colheita, ele pode ter boa parte da sua safra perdida em questão de dias.
A melhor alternativa para o citricultor seria a utilização de variedades ou cultivares de tangerinas e híbridos de citros resistentes ou tolerantes à doença, como a tangerina IAC 2019Maria, desenvolvida pelo Instituto Agronômico (IAC-APTA). Lançada em 2018, esta cultivar é a primeira tangerina desenvolvida e registradas no Brasil que apresenta resistência à doença, possibilitando reduções significativas nos custos de produção e eliminando todos os danos ambientais decorrentes do seu controle químico.
Outra boa alternativa seria a melhor utilização dos fungicidas à base de cobre no manejo químico da doença. Esses fungicidas já vêm sendo muito usados, porém, seria essencial otimizar sua utilização, compatibilizando as doses dos produtos com as melhores épocas e intervalos de sua aplicação.
Doses menores de cobre podem ser usadas nas aplicações desde que os intervalos entre as pulverizações também sejam reduzidos. Como os fungicidas cúpricos somente apresentam ação preventiva e de contato, a redução no intervalo entre as aplicações contribuirá para também diminuir o período em que os órgãos suscetíveis da planta ficam desprotegidos da ação dos produtos, principalmente no caso dos frutos novos em desenvolvimento.
- a utilização de mudas sadias em novos plantios e replantios;
- a seleção de áreas para o plantio, evitando aquelas com má circulação de ar, como as baixadas, e reservando as áreas mais altas e arejadas para o cultivo de cultivares suscetíveis;
- a realização de podas de limpeza na parte interna da copa das plantas para melhorar as condições de aeração no interior das plantas, e a remoção de ramos secos, que se constituem em importantes fontes de inóculo (focos da doença);
- e a manutenção das plantas em boas condições de nutrição e sanidade.
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