A Defesa Civil de São Paulo emitiu um alerta no último dia de setembro sobre forte onda de calor que pode levar a temperaturas acima de 40°C nos próximos dias em praticamente todo o Estado.
O produtor que não fez um bom planejamento da propriedade, no sentido ambiental, com consorciação de culturas, rodízios, instalação de quebra-ventos, enfim, um redesenho na propriedade agrícola e nos seus sistemas de produção, vai sofrer.
Essas medidas são as únicas formas de se precaver contra prejuízos que podem se tornar drásticos. Com as chuvas torrenciais, estiagens prolongadas e as altas temperaturas que vêm ocorrendo, é preciso repensar a propriedade e criar um ambiente mais resiliente.
Existem algumas técnicas que podem ser utilizadas:
– misturar culturas arbóreas com culturas herbáceas;
– não optar por culturas extensivas e monoculturas;
– implantar o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF);
– fazer a instalação de quebra-ventos nos bordos e locais estratégicos, assim como barreiras de capim em áreas menores de hortaliças e de frutos de alto valor, para servirem como quebra-ventos.
Animais também reduzem sua capacidade de produção
Considerar os efeitos das altas temperaturas na hora de elaborar um projeto de criação animal é muito importante. O estresse térmico tem como consequência a diminuição na produção de carne e de leite, baixas taxas de concepção, retardo no crescimento de animais de reposição e perdas econômicas significativas para o produtor. Na tentativa de se autorregular, o animal aumenta a frequência respiratória, a sudorese e o consumo de água e ocorrem ainda alterações nas concentrações hormonais e nas necessidades de mantença.
Há como auxiliar o animal otimizando o ambiente para minimizar os efeitos do estresse térmico. Algumas estratégias de manejo, como proporcionar sombras naturais (arborização) e artificiais (tendas), ventilação e resfriamento evaporativo são algumas alternativas possíveis.
Medidas de prevenção também atuam como fonte de renda
Integrar a pastagem com arborização não se torna apenas uma opção na redução do estresse térmico em rebanhos, mas também pode servir como forma alternativa de renda, com a produção de madeira ou fornecimento de frutas.
O estresse térmico em animais é um inimigo que não deve ser negligenciado, pois pode afetar não só a produção como também o bolso do criador.
Dicas para reduzir os efeitos do calor e da falta de umidade no ar
– Não espere sentir sede, pois a sensação de sede já é um sinal de desidratação.
– Evite consumir alimentos muito gordurosos, como chocolates, carnes gordas e frituras, pois dificultam a digestão e podem provocar mal-estar.
– Evite refeições muito pesadas; prefira os cereais integrais como fonte principal de carboidratos.
– Dê preferência às carnes magras (peixes e aves), que devem ser grelhadas, cozidas ou assadas.
– Alimentos com leite, gordura e ovos na preparação necessitam de refrigeração, pois o calor aumenta a possibilidade de proliferação de bactérias que podem causar intoxicação alimentar. Nunca consuma esses alimentos à temperatura ambiente!