A tecnologia pode ser adotada em qualquer espécie cultivada
O Instituto Agronômico (IAC) mantém pesquisas modernas e patenteou uma tecnologia para ser utilizada por cientistas de instituições públicas ou privadas dedicados ao desenvolvimento de novas cultivares de espécies de interesse econômico. A patente é de um promotor, denominado CaIsoR, que direciona a expressão específica para as folhas das plantas. Este promotor foi isolado de cafeeiro, mas a tecnologia pode ser adotada em qualquer espécie cultivada.
O Instituto Agronômico (IAC), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, é responsável pelo desenvolvimento de aproximadamente 90% das cultivares de cafeeiro do tipo arábica plantadas comercialmente no Brasil.
O diferencial do CalsoR é ter expressão específica em tecido foliar, ou seja, os genes introduzidos irão se expressar apenas nas folhas da planta. Por isso esse promotor gênico se difere de promotores normalmente utilizados para transformação genética, que atuam em todos os organismos da planta.
A tecnologia tem potencial para permitir a expressão de genes estruturais de interesse agronômico, em tecidos foliares. Exemplos destes são genes de resistência a pragas e doenças que atingem a parte aérea das plantas de café ou de outras espécies.
O uso dessa tecnologia para desenvolvimento de variedades geneticamente modificadas com resistência a pragas ou doenças de importância primária poderá gerar redução direta de custos por dispensar ou reduzir o controle químico.
A tecnologia poderá também reduzir pela metade o tempo necessário para o desenvolvimento de uma cultivar de café, que requer cerca de 20 anos de pesquisa.
O CaIsoR é ativado apenas quando a folha da planta sofre uma ação biótica ou abiótica. Entre os agentes bióticos que ativam esse gene está a infecção fúngica, conhecida como ferrugem, e a infestação por insetos e pragas, como o bicho-mineiro (Leucoptera coffeella), além de ácaros diversos. A ativação por agentes abióticos está mais estreitamente relacionada a danos de natureza mecânica, causados nas folhas em consequência do atrito provocado por ventos e trânsito de máquinas e implementos.
A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) e a Universidade Estadual Paulista (UNESP).
Fonte: IAC e Portal do Agronegócio
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