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Manejo de leitões na fase de pré-desmame

Porquinhos mamando na matriz
O momento mais delicado acontece nas primeiras 72 horas de vida dos neonatos
 
As perdas de leitões no período pré-desmame ainda são responsáveis por significativos prejuízos econômicos, variando, no Brasil, entre 5% e 15%. O momento mais delicado acontece nas primeiras 72 horas de vida dos neonatos. Em muitas granjas, a mortalidade nesse período é superior a todo o restante do ciclo de produção do suíno.
 
Conheça algumas estratégias de manejo para reduzir a mortalidade neonatal:

Sala de maternidade. Tudo começa no cuidado dispensado à ambiência e às condições sanitárias da sala de maternidade. Promova a adequada limpeza, desinfecção, secagem e manutenção das instalações antes do recebimento das fêmeas. Cheque o fluxo de água dos bebedouros, a condição e o ajuste dos comedouros, o funcionamento dos sistemas de calefação/ventilação e garanta que as salas foram bem limpas e desinfectadas. 

Supervisão dos partos. Assegurar uma boa assistência aos animais durante o parto é a base para obter um maior número de leitões nascidos vivos, para garantir sua viabilidade nos primeiros dias de vida e para a manutenção da saúde reprodutiva da fêmea. Verifique as matrizes a cada 20 minutos. Não deixe as salas de parto sem supervisão. Observe o comportamento individual das fêmeas e saiba quando intervir. Priorize intervenções não invasivas como massagem e mudança de decúbito. Se for necessário intervir com toque, tome todos os cuidados de higiene e medicação preventiva. O toque feito no momento correto é a maneira mais efetiva para reduzir os natimortos.

Manejo com os recém-nascidos. O primeiro cuidado é a desobstrução das vias aéreas e cavidade oral dos recém-nascidos. Isso feito, seque todos os neonatos e certifique-se de colocá-los próximo ao complexo mamário da fêmea, de modo que mamem o colostro. O objetivo é ter mais de 95% dos leitões mamando colostro 30 minutos após o nascimento. Verifique a temperatura retal de alguns leitões de baixo peso (<1 kg), entre 1 e 2 horas após nascimento. Temperatura abaixo de 36,5ºC significa problemas de ambiência (fluxo de ar, lâmpadas/tapetes com mau funcionamento) ou consumo insuficiente de colostro. Os fatores estressantes devem ser prontamente corrigidos. 

Oriente e promova a mamada segregada. No período neonatal os animais são muito vulneráveis, pois possuem reservas limitadas de energia. Por isso, a orientação da primeira mamada é uma prática fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento dos leitões. Oriente as mamadas nas primeiras 24 horas com o objetivo de proporcionar a ingestão uniforme de colostro. É necessário garantir que os leitões tenham uma adequada ingestão de colostro, uma questão de vida ou morte para categorias de <1 kg. Dedique maior atenção a esse manejo até o 3º dia de vida do leitão, uma vez que mais de 50% da mortalidade pré-desmame ocorre nesse período.

Uniformização da leitegada. Ao nascerem, os leitões de baixo peso apresentam desvantagens físicas na disputa pelo acesso à matriz com seus irmãos mais pesados. Faça a uniformização da leitegada entre 12 e 24 horas depois do parto. Utilize fêmeas jovens (<OP4), com bons tetos, para leitões de baixo peso. O número de tetos viáveis deve ser o balizador para a composição da leitegada. Siga o princípio de leitão por teto viável e jamais deixe tetos viáveis sobrando. Evite movimentos desnecessários. Monitore diariamente a evolução das leitegadas e intervenha quando necessário. Mantenha o foco na identificação e na resolução de possíveis causas de refugagem.

Manejo de alimentação das fêmeas. Após o parto, o arraçoamento das matrizes deve ser sem restrições. A restrição de ração culmina em baixa produção de leite e maior estresse da fêmea, podendo contribuir para o esmagamento do leitão. Nos primeiros três dias após o parto, tenha maior atenção ao momento do arraçoamento devido ao alto risco de esmagamento. Os leitões devem ser treinados para entrar na área dos escamoteadores. O consumo da ração pela fêmea está relacionado a sua ingestão de água, dessa forma, revise a disponibilidade de ambos diariamente.

Medicamentos. Outro ponto que precisa ser observado é a administração de medicamentos aos animais a fim de tratamento (evite usar antibióticos preventivos). Mantenha instruções precisas das medicações que devem ser ministradas, com orientações específicas para cada caso, de acordo com as recomendações do médico veterinário da unidade de produção. O gerenciamento desse tipo de informação, por meio de um registro de medicamentos e de suas instruções de uso, é fundamental para o correto manejo sanitário dos suínos.
 
Fonte: Agroceres, por Gefferson Silva, Serviços Técnicos da Agroceres PIC

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