Basicamente, as microalgas retiram os “poluentes” do efluente e os utilizam para crescer. Desse modo, ocorre o tratamento do esgoto
Estudos com microalgas são mais comuns do que parecem e alguns deles buscam usar microalgas para tratar efluentes (líquidos ou gasosos). A partir disso, é possível gerar energia na forma de biodiesel pela biomassa de algas, ou até mesmo na forma de calor de incineração de resíduos. Achou estranho? A gente explica.
Tratamento de efluentes com microalgas:
Algumas espécies de microalgas podem ser cultivadas em efluentes. Nesse contexto, o que antes seria esgoto, adquire um status de meio de cultura de organismos. Esses meios de cultivo alternativos são, por exemplo, esgoto sanitário, resíduos de agroindústria, dentre outros.
O interesse disso na perspectiva do tratamento é a remoção dos nutrientes contidos nesses efluentes (nitrogênio, fósforo etc.), que poderiam ser contaminantes ambientais em um cenário de descarte, mas que são importantes para o desenvolvimento das microalgas. No caso, os constituintes do esgoto acabam atuando como alimento.
Basicamente, as microalgas retiram os “poluentes” do efluente e os utilizam para crescer. Desse modo, ocorre o tratamento do esgoto e uma melhora nos seus parâmetros de qualidade, permitindo, por exemplo o descarte mais seguro para o meio ambiente.
Tudo isso acontece em um ambiente que permita a passagem de luz, ou seja, em um fotobiorreator. E daí vem a engenharia da coisa, em que há um sistema com variáveis controladas, manipulando os processos biológicos que passam a ter uma finalidade tecnológica.
Geração de energia
Enquanto retiram os nutrientes dos efluentes, as microalgas se multiplicam rapidamente, promovendo o chamado aumento da massa de células. Mas e daí?
Conforme as microalgas crescem, são geradas grandes quantidades de óleo e biomassa em curto intervalo de tempo. Essa é uma alternativa à produção do que poderia ser alimento, por exemplo, para gerar biodiesel.
Com isso, a gente foge da questão ética relacionada ao desmatamento e agricultura voltados para geração de biocombustível. No caso, realiza-se um ciclo fechado e, de certa forma, sustentável de tratamento de efluentes e geração de energia.
E a gente faz isso no Brasil?
Fazemos sim! Há uma série de pesquisas nesse setor acontecendo nas universidades do país, com o objetivo de migrar a tecnologia para locais específicos que apresentem essa demanda e tenham efluentes que possam ser tratados com as microalgas.
Assista o vídeo com a reportagem do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento Autossustentável da Universidade Federal Tecnológica do Paraná que ilustra um exemplo de uso das microalgas.
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