Combinação de espécies forrageiras nativas oferecem nutrição de qualidade para a pecuária do semiárido Pernambucano e Nordestino
Os resultados estão demonstrados no projeto Forrageiras para o Semiárido – Pecuária Sustentável.
A iniciativa do Sistema CNA e da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) para desenvolver espécies forrageiras adaptadas ao clima seco da região, como alternativas de alimentação e nutrição para a pecuária no nordeste e norte de Minas Gerais tem demonstrado resultados positivos.
O projeto para o semiárido analisou diferentes espécies de gramíneas anuais, sendo duas variedades de milho, duas de sorgo e duas de milheto, onde o milho BRS 2022 ficou em destaque com produtividade de 13,4 toneladas de matéria seca por hectare/ano em um ciclo de produção de 90 dias.
O milho BRS 2022, cultivar de ciclo médio, aparece como boa opção para a região do semiárido e também adequada à agricultura de baixo investimento.
Entre as gramíneas perenes, o projeto avaliou os capins Áridus, Búffell Biloela, Massai, Tamani e Piatã. O Piatã e Búffel Biloela se destacaram na produtividade, com desempenho de 6,5 e 6,3 toneladas de massa seca por hectare/ano, respectivamente. Todas as gramíneas apresentaram resultados acima de 70% de sobrevivência com bom reestabelecimento dos estandes, especialmente o Massai, que produziu grande quantidade de sementes.
O Biloela foi um dos mais resistentes à seca. O Búffel Áridus e o Tamani foram destaques, pois se estabeleceram bem após o período seco e o Tamani se destacou também pela rápida velocidade de rebrota.
A Palma Forrageira Orelha de Elefante Mexicana, Orelha de Elefante Africana, IPA Sertânia e Miúda foram as cactáceas analisadas. A variedade Orelha de Elefante Mexicana ficou em primeiro lugar em desempenho, com produção de 22,7 toneladas de massa seca por hectare/ano, seguida da Miúda, com 18,2 toneladas.
A palma forrageira é um componente estratégico no cardápio forrageiro e serve como reserva de forragem. Pode ficar muito tempo no campo e não tem perdas nutricionais. É recomendada para todos os criadores de ruminantes do semiárido porque disponibiliza água, é resistente à seca e uma boa fonte de energia, além de boa aceitabilidade dos animais.
Entre as lenhosas analisadas, Gliricídia e Leucena, a Gliricídia ficou em primeiro lugar por desempenho de produção com 6,7 toneladas de massa seca por hectare/ano. As lenhosas entram na dieta dos animais como fonte de proteína e como são árvores, fazem sombra e proporcionam conforto térmico aos animais.
Além da nutrição e conforto térmico para os animais, as plantas lenhosas também promovem a nutrição do solo com a fixação biológica de nitrogênio.
A partir dessas experiências, o produtor terá mais segurança para sobreviver e produzir com garantia no semiárido.
Assista ao vídeo do Projeto Forrageiras para o Semiárido CNA-EMBRAPA:
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