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Percevejo asiático (Erthesina fullo)

O inseto se reproduz com facilidade e em quantidade, por isso preocupa principalmente por ser um inseto polígafo

Uma nova espécie de percevejo vinda do Sudeste Asiático foi detectada em São Paulo e está preocupando os pesquisadores da área. O pesquisador Yan Lima foi o primeiro a registrar o Erthesina fullo, que provavelmente chegou em um navio de contêineres, já que a incidência se dá na cidade de Santos, e pode representar uma ameaça à biodiversidade e à agricultura.

A descoberta foi publicada no site iNaturalist. “Essa espécie vem chamando a atenção nos últimos anos, principalmente depois de ser encontrada na Albânia e na Nova Zelândia. Na Nova Zelândia, as autoridades ambientais emitiram alertas à população para que informasse sobre a presença do Erthesina em suas comunidades”, indica o doutorando em biologia animal Ricardo Brugnera, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Percevejo asiático (Erthesina fullo) - dorso e ventre
Percevejo asiático (Erthesina fullo) – frente e verso
Etapas da vida de Erthesina fullo - (A) adulto; (B) ovos e primeiro instar; (C) ninfa de último instar
Etapas da vida de Erthesina fullo – (A) adulto; (B) ovos e primeiro instar; (C) ninfa de último instar

Ele preocupa principalmente por ser um inseto chamado de polígafo, que é aquele capaz de se alimentar de diversos tipos de plantas. Além disso, por ser capaz de se reproduzir com uma certa facilidade, produzindo de duas a três gerações a cada ano, o percevejo pode se alastrar e se tornar uma praga rapidamente.

Ovos e primeiro instar
Ovos e primeiro instar
Ninfa de último instar
Ninfa de último instar

Nesse cenário, o Dr. Feng Zhang, um dos autores da pesquisa, afirma que é necessário que os países realizem uma avaliação de risco de biossegurança, o desenvolvimento de um programa de vigilância e um plano de emergência, antes da invasão dos insetos a áreas de plantio. Isso porque, somente no ano de 1991, a província chinesa de Shaanxi teve um prejuízo de US$ 181 (R$ 975) a US$ 362 (R$ 1.950) por hectare em pomares de kiwis, após o inseto causar perda de 10% a 30% no cultivo.

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