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Sisteminha Embrapa avança no Brasil e alcança sete países

Ilustração do Sisteminha Embrapa
Garante alimentação básica, possibilitando também a geração de renda, por meio da comercialização do excedente da produção
 
O Sisteminha é uma solução tecnológica apropriada para pequenos espaços, em áreas urbanas e rurais. Tem como principal objetivo garantir a alimentação básica às famílias adotantes, possibilitando também a geração de renda, por meio da comercialização do excedente da produção.

Alimento na mesa com baixo custo de produção

A tecnologia é baseada em quatro princípios:

1) miniaturização,
2) replicabilidade,
3) escala de produção,
4) segurança alimentar e nutricional.
 
O processo compreende um sistema integrado de produção de alimentos que foi desenvolvido para gerar segurança e soberania alimentar para os usuários. O elemento central da solução tecnológica é a criação de peixes em tanque com sistema de recirculação e filtragem.
 
As principais vantagens do sistema são:
 
– Baixo custo de investimento inicial;
– É uma solução integrada, que pode ser facilmente adaptada às necessidades, experiência, preferências e solo local, clima e condições de mercado dos agricultores;
– É adequado para pequenos espaços (a partir de 100 m2), em áreas urbanas e rurais;
– É adequado para atender às necessidades nutricionais de uma família de quatro pessoas, de acordo com as recomendações nutricionais da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Tanque de piscicultura

 

O tanque pode ser construído artesanalmente com materiais disponíveis no local (madeira, adobe, papelão, palha, pedra, pneu), tijolos, pranchas pré-fabricadas ou outros materiais.

O Sisteminha conta atualmente com 15 módulos, sendo:

1. Produção de pescados;
2. Produção de ovos de galinha;
3. Produção de frangos de corte;
4. Produção de vermes;
5. Produção vegetal (carboidratos, vegetais, ervas para infusão e temperos; árvores frutíferas e madeireiras);
6. Produção de composto;
7. Produção de ovos de codorniz;
8. Produção de porquinhos da índia;
9. Aquaponia;
10. Produção de larvas de mosca;
11. Produção de ruminantes;
12. Produção de suínos;
13. Biodigestor;
14. Sistema de tratamento de água potável;
15. Produção artesanal de carvão vegetal.
Minhocário
O Sisteminha não é uma tecnologia isolada em si mesma, mas sim um “pacote” de soluções tecnológicas integradas com muitas possibilidades de combinações.
 
A tecnologia segue os princípios da inovação aberta, com forte participação dos beneficiários moldando o desenvolvimento e evolução da tecnologia.

O Sisteminha no Brasil e no mundo

Criado em 2002 pelo pesquisador Luiz Carlos Guilherme quando ele fazia doutorado em zootecnia na Universidade Federal de Uberlândia, o modelo agrícola sustentável foi batizado de Sistema Integrado para Produção de Alimentos (Sisteminha Embrapa) está avançando e já alcança sete estados.

Ele está mudando a vida de pequenos agricultores, com melhoria da alimentação e renda familiar, no Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Tocantins.

O sistema atravessou o Oceano Atlântico e chegou ao continente africano, onde opera com sucesso em Gana, Uganda, Etiópia, Camarões, Tanzânia, Angola e Moçambique.

A estrutura

O Sisteminha consiste em um tanque de piscicultura, construído artesanalmente, galinheiro, minhocário, hidroponia, abrigo para compostagem, além de uma horta periférica. O tanque de piscicultura tem capacidade para 5000 litros, e funciona com um sistema de recirculação de água. Pelo projeto piloto, a capacidade de produção é de 25 Kg de tilápia em 3 ciclos por ano.

Horta
Galinheiro
Os peixes podem pesar de 150 a 200 gramas ao final de cada ciclo. Todo o sistema reutiliza a água do tanque de piscicultura, o que reduz os custos de produção e aumenta a oferta de alimentos. O sistema é montado em lotes de 100 a 1000 m2, na periferia das cidades ou zonas rurais.
 
O Sisteminha ganhou vida mesmo foi no Projeto Arco Verde, do governo federal, no município de Amarante, no Oeste do Maranhão, a 835 Km de São Luís.
 
Os primeiros beneficiados foram os índios das aldeias Nova Gavião e Juçaral Guajajara. Aprovado nas aldeias, o sistema ganhou o mundo. No Piauí, uma unidade demonstrativa no assentamento Cajueiro, no Distrito de Irrigação Tabuleiros Litôraneos, na zona rural do município de Parnaíba é a vitrine.

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