APICULTURA -  Como montar um apiário

Piapara (Leporinus elongatus)
Grande esportividade, manhosa e briguenta, difícil de cansar, capaz de proporcionar pescarias inesquecíveis
 
Conhecida como a “Lutadora das águas”, a piapara (Leporinus elongatus), graças à adrenalina da captura, movimenta o esporte e os praticantes estão sempre em busca de boas dicas. Pertence à mesma família do piau, piava e piauçu e, como seus parentes, é extremamente arisca e de difícil captura. Se destaca pela sua grande esportividade, manhosa e briguenta, difícil de cansar, capaz de proporcionar pescarias inesquecíveis.

Comparada a muitas espécies, a piapara não é um peixe grande. Com um tamanho médio entre 40 e 80 cm, pode chegar a pesar até 7 Kg. Mesmo assim, a sua pesca exige certa técnica e experiência do pescador. Muito esperta e resistente à fisgada, a piapara tem um nado tranquilo e conta com um modo bem peculiar e discreto de morder a isca. Dessa forma, o pescador deve estar muito atento para conseguir capturar, puxar e retirá-la da água no momento certo.

Então, vamos ao que interessa.

Local da pesca. Está presente em todas as regiões do país. Alguns dos locais onde é encontrada com mais abundância são a Bacia Amazônica, Araguaia-Tocantins, Paraná e São Francisco.

Períodos da pesca. Dê preferência por pescar em locais de temperaturas mais altas ou nos meses do verão, quando o clima está mais quente.

Comportamento. A piapara geralmente é encontrada no fundo dos rios e raramente se posiciona em meia água ou na superfície! É importante saber disto, pois este comportamento influencia diretamente na escolha do equipamento usado.

Técnicas. Um dos segredos da pesca de piapara é a técnica conhecida como rodadinha, ou pingadinha. O pescador solta a isca com o molinete ou carretilha soltos e, assim que ela alcança o fundo, levanta a vara, dá pequenos toques e solta novamente. A própria correnteza irá se encarregar de distribuir a isca e o movimento fará com que a piapara venha de encontro. A técnica é bastante útil para atrair os peixes, que costumam estar nos locais mais baixos do rio.

Mas você pode utilizar o método normal… Você joga ceva em determinada área em que acredita que o cardume está e é só arremessar a isca e esperar o peixe fisgar.

Equipamento
Para a escolha certa do equipamento, lembre-se: a piapara tem a boca pequena e é um peixe de pequeno/médio porte.

Vara. É preciso que tenha “sensibilidade e resposta”, tanto para sentir a fisgada quanto para sentir o chumbo tocando no fundo do rio. Escolha modelos com pelo menos 2,4 m de comprimento e a ponta flexível para facilitar seu trabalho, então escolha trabalhar com uma vara de ponta bastante sensível pois é o mais recomendável.

Linha multifilamento. Este tipo de linha tem uma resposta mais rápida. Não é necessário ser muito grossa, pois isso pode atrapalhar na sensibilidade à fisgada. É recomendado que tenha entre 0,19 e 0,35 mm.

Líder de fluorcarbono. Com pelo menos 1 m acoplado à vara para evitar o rompimento durante a briga. Uma dica é montar o líder com miçangas, amortecedores ou até um nozinho simples, para que o chumbo não saia da linha durante a pescaria. O tamanho da chumbada dependerá do nível e das condições do rio.

Anzóis. Os melhores são os chinus, que são mais simples e bem reforçados. O tamanho fica entre 4 e 6, dependendo dos peixes do local em que você irá pescar. 

Carretilha ou molinete. Se optar por carretilha, esta deve ser pequena, de perfil baixo, mas que tenha capacidade para pelo menos 150 m de fio. No caso de molinete, escolha um médio.

Iscas adequadas

A espécie não é atraída por iscas artificiais, por isso, aposte em opções caseiras e naturais. Dentre as mais utilizadas entre os pescadores, podemos destacar:

Massinhas: muito usadas, essas são misturas específicas que podem ser feitas em casa;
Milho verde: deve ser preparado antes da pesca;
Polenta de milhoCaramujo: por ser uma isca mais complexa, é necessário dominar a técnica da captura;
CaranguejoLambari: apesar de ser uma opção, é a menos usada entre as iscas anteriores.
 
É fundamental contar com um equipamento bem resistente para fazer a captura da forma correta. E lembre-se: você precisa estar atento aos movimentos silenciosos do peixe para evitar que ele escape ou acabe ferido.

A adrenalina da briga

A piapara não se entrega facilmente. Mas não adianta brigar com muita força, pois as chances da linha se romper ou do anzol escapar são altas. A dica é sempre “brigar na manha”. Não tenha pressa para terminar a captura! Vá trabalhando a isca de forma tranquila até o momento certo da fisgada e de embarcar o peixe.

Uso de ceva. Uma das grandes apostas dos pescadores mais experientes para capturar espécies cobiçadas como a piapara é utilizar a ceva. Trata-se de uma mistura muito usada para atrair os peixes até a isca, e o seu sucesso atrai muita gente para a pesca esportiva.

A mistura pode ser feita em casa e os ingredientes variam de acordo com a espécie que você pretende capturar. No caso da piapara, a melhor ceva costuma ser o milho azedo, que tem um odor forte e bastante atrativo para o animal.
 

Para preparar, deixe alguns quilos de grãos de milho em um balde, cobertos com água sem cloro e, para acelerar o processo, acrescente meio tablete de fermento de pão. Quanto mais tempo essa ceva ficar fermentando, mais atrativa será para o bocudo.

Normalmente utiliza-se um canhão para a ceva (cevador), feito de PVC e que vai liberando grãos de milho quando o barco está parado. Muitas vezes o peixe demora um pouco a aparecer, ou só aparecem os pequenos, mas a paciência é fundamental na pesca dessa espécie. Como dissemos anteriormente, a piapara é um peixe manhoso e muitas vezes pega na isca de forma bastante sutil, quase que imperceptível.

Escolha roupas adequadas à temperatura e que lhe protejam dos raios solares. Leve sempre um filtro solar, um repelente para insetos, uma caixa com apetrechos mais usados e necessários, uma pequena caixa de ferramentas e um kit de primeiros socorros. Todas essas precauções podem tornar a sua pescaria mais tranquila e agradável.
 
A piapara é vista pelos seus apreciadores como um troféu. Além de sua pesca ser muito prazerosa, sua carne é muito boa, uma das preferidas de se comer.

Não esqueça – sempre praticar o pesque e solte. Boa pesca!

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