Ícone do site AGRONEGÓCIO

Reduzindo o uso de agrotóxicos na sua lavoura

Detalhe de um bico de pulverizador acoplado ao trator aplicando agrotóxico na lavoura
Nos últimos anos, os consumidores passaram a dar mais importância para alimentos livres de defensivos agrícolas
Os agrotóxicos tornaram-se bastantes presentes no dia a dia das lavouras em décadas passadas como auxiliares para o aumento da produtividade e continuam até os dias de hoje sendo muito utilizados apesar de campanhas alertando para os perigos dessa prática e de novas tecnologias mais naturais desenvolvidas para o controle de pragas e doenças nas lavouras. Os defensivos agrícolas tiveram um papel essencial para diminuir a suscetibilidade das plantações a pragas. No entanto, nos últimos anos, os consumidores passaram a dar mais importância para alimentos livres da presença dessas substâncias, uma vez que se descobriu seu prejuízo para a qualidade e saúde dos alimentos.
Reduzir o uso de agrotóxicos nas lavouras tem se tornado uma das principais preocupações de agricultores para tornar suas produções mais competitivas e atraentes para o novo perfil do mercado consumidor. A seguir apresentaremos 6 dicas para você diminuir o uso de defensivos sem comprometer a produtividade.

MIP (Manejo Integrado de Pragas)

Plantações e uso de agrotóxicos interferem no ecossistema local e levam ao desequilíbrio de populações que acabam se tornando pragas. A proposta do Manejo Integrado de Pragas (MIP) é desenvolver estratégias que permitam controlar a disseminação dessas populações e não, necessariamente, eliminá-las por completo. O MIP é um conjunto de medidas que visa manter as pragas abaixo do nível de dano econômico (NDE). Essas medidas são aplicadas quando a densidade populacional da praga atinge o nível de controle (NC).

Aplicando-se essas ferramentas de controle o agricultor conseguirá reduzir a população de uma certa praga a um nível que não comprometa os resultados da lavoura. O MIP consiste na integração de diferentes ferramentas de controle, tais como: aplicação de produtos químicos e biológicos (esses últimos de preferência evidentemente); introdução de agentes biológicos (predadores, parasitoides e entomopatógenos – bactérias, fungos ou vírus); cultivo de variedades de plantas resistentes a pragas; manejo cultural; uso de feromônios; cultivo de plantas iscas; denter outras. Em suma, o MIP envolve o emprego conjunto de todas essas ferramentas, de maneira planejada e harmoniosa, buscando reestabelecer o equilíbrio natural perdido.O manejo integrado de pragas é importante porque:
  • Controla pragas da lavoura
  • Mantém a biodiversidade do agroecossistema
  • Preserva inimigos naturais
  • Otimiza a utilização de inseticidas químicos
  • Diminui o impacto ambiental
  • Preserva a biotecnologia no campo
  • Reduz perdas da lavoura
  • Aumenta a produtividade

Biocontrole

Esta é uma medida bastante utilizada na agricultura como forma de reduzir ou eliminar doenças e pragas das lavouras sem utilizar agrotóxicos. O biocontrole consiste no uso de produtos químicos naturais ou de organismos vivos que não comprometem a saúde dos alimentos e nem do ser humano, atuando especificamente sobre as pragas.

Uma estratégia bastante comum é a do uso de inimigos naturais dos patógenos das plantações para eliminá-los através da predação dos mesmos. Um bom exemplo é o uso da Copidosoma sp. para eliminar a lagarta falsa-medideira (Pseudoplusia includens), que costuma ser um grande problema em culturas de soja.

Semi-hidroponia

A semi-hidroponia é uma técnica em que as plantas são cultivadas em ambientes protegidos e sem contato com o solo. Para isso, substratos são ensacados e umedecidos a partir de um sistema especial de irrigação, as plantas são cultivadas suspensas em bancadas.

As plantas se desenvolvem com saúde porque têm acesso a nutrientes, mas não estão sujeitas a infestações e doenças, pois se encontram num ambiente isolado. A irrigação e a adição de nutrientes nos sacos permitem o desenvolvimento saudável das raízes das plantas. Trata-se de uma técnica que agrega mais valor aos produtos.

Barreiras físicas

Consiste no uso de artifícios físicos e mecânicos, como a criação de valas ou uso de coberturas plásticas para impedir o acesso de insetos à plantação. Outras soluções que seguem esse viés físico são fitas adesivas e armadilhas que retêm as pragas quando as mesmas entram em contato.

No caso de quem tem as ervas daninhas como inimigas da plantação, é possível usar a capina manual para a sua remoção ou, então, a capina mecânica, se houver uma quantidade muito destacada das mesmas ou a área for muito ampla.

Rotação de culturas

Adotar uma estratégia de cultivo de rotação de culturas contribui para eliminar pragas e, também, para melhorar as condições bioquímicas do solo. A monocultura proporciona boas condições de sobrevivência para agentes patógenos. A mudança de cultivo retira da praga que ataca a plantação o seu principal alimento, logo, ela terá dificuldades de sobreviver.

É uma alternativa importante a ser considerada, pois também favorece a melhoria das condições físicas e químicas do solo. Torna a adubação mais eficiente e permite que a matéria orgânica seja recuperada com mais facilidade, em particular nas primeiras etapas de preparação do solo.Na hora de escolher as outras culturas a serem desenvolvidas, é recomendado optar por aquelas que ofereçam boas oportunidades de renda e que tenham sistemas radiculares distintos, como gramíneas e leguminosas, por exemplo. Atenção, ainda, para o tempo de desenvolvimento, que precisa ser rápido.

Tecnologias de aplicação de defensivos

O uso de agrotóxicos na medida certa contribui para aumentar a eficiência das medidas mencionadas anteriormente. O ideal para não utilizar defensivos demasiadamente é investir em tecnologias que propiciem uma aplicação mais assertiva, como aquelas que determinam com precisão a quantidade de produto a ser usada e parte ideal da planta onde aplicar.

Tecnologias focadas em uma melhor pulverização também são bem-vindas. Atualmente, os equipamentos de aplicação de defensivos contam com diferentes formatos de bicos para atender às demandas de cada situação. As regulagens desses equipamentos permitem adequar o mesmo exatamente para a altura da planta que será pulverizada e ainda tem sistemas que ajudam a enfrentar intempéries, como o vento, temperaturas elevadas e umidade.Com essas dicas é possível reduzir ou eliminar de vez o uso de agrotóxicos!Leia também:

Alimentação saudável x Agrotóxicos – porque o brasileiro tem poucas opções

Agrotóxicos – Doenças causadas pela aplicação

Apicultura – O impacto dos agrotóxicos

Novo biofungicida permite controle de doenças em mais de 40 culturas

Sair da versão mobile